Por conta
das “novas diretrizes”, logos clássicas passaram por reformulações, perderam
sombras, vincos e a quantidade de detalhes. Entre essas evoluções, existem as
que levam isso a sério demais ao ponto de reestruturar seus conceitos de berço.
Um exemplo marcante, embora bem simples, é a renovação de identidade da Visa; a
marca perde um detalhe visual que carregou por longos 56 anos por um motivo
inspirador para uns, angustiante para outros: tributo à modernidade.
A logo anterior
da Visa apostou em tendências minimalistas, ao usar somente duas cores sólidas;
cores enraizadas em sua identidade: azul, branco e dourado. Até mesmo aos
padrões atuais, se encaixava muito bem. O novo logo da empresa esquece o
amarelo e se decreta uma única cor. Inclusive, as rejeições no mundo
do design tentam compreender porque abandonar um dos elementos mais marcantes da
empresa, porque resolver esquecer uma cor?
A empresa se
defende, positivamente, em minha opinião, explicando que a nova marca reflete
novos valores da empresa. Seguindo o novo slogan “Everywhere you want to be.”
(Em tradução “Onde você quiser estar”) a marca evidencia rapidez (sentimento de
velocidade levemente explícita pela serifa do V inicial da marca). Além do
mais, a marca sendo “atrapalhada” por uma ponta dourada era impossibilitada de
fazer o que declara em seu slogan atual; ela não podia estar onde quisesse.
Na imagem
abaixo, por exemplo, o único elemento “não-branco” é o adesivo dourado,
causando certo desconforto visual, chegando a querer esconder o V de Visa.
A marca
precisou se libertar, estar onde quisesse estar. Na imagem abaixo, o nome Visa
encontra muito mais visibilidade em branco.
Seu uso em
fundo branco ainda encontra charme em um elemento praticamente abolido no
design moderno: degrade. Seus tons próximos de azul não danificam a marca e não
a problematizam; pelo contrário, o degrade evidencia a leitura horizontal e
ainda encontra espaço para demonstrar suavidade e movimento; precisamos dele para estarmos onde quisermos, a qualquer momento.
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